Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil
Recife – O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deve lançar, dentro de 15 dias, uma nova modalidade de bolsa que permitirá a profissionais com título de doutor trabalhar na indústria, levando o seu conhecimento ao setor produtivo. Trata-se da versão empresarial das bolsas de Desenvolvimento Científico Regional (DCRs), anunciada hoje (1º) pelo presidente do CNPq, Emey Camargo.
Segundo ele, essa era uma antiga reivindicação dos secretários estaduais de Ciência e Tecnologia, principalmente da região Nordeste, para resolver um dos maiores problemas do desenvolvimento industrial do país: a dificuldade de transferência do conhecimento científico e tecnológico das universidades para o setor produtivo.
"A idéia é levar esse pessoal que tem conhecimento da academia para a empresa. Por um lado você fertiliza a empresa com um conhecimento cientifico razoável e por outro você aproveita um capital humano que nós temos e que não está sendo aproveitado" avaliou.
Camargo explicou que a idéia surgiu quando alguns secretários estaduais perceberam que precisavam incentivar as indústrias ao desenvolvimento tecnológico, e não esperar que elas fossem buscá-lo. "Você diz para a empresa que é bom ter um doutor trabalhando lá. A empresa não estava pensando nisso, mas na hora em que ela passa a ter esse profissional, isso gera um novo comportamento, uma necessidade, e ela passa a precisar de mais doutores" observou.
De acordo com ele, no primeiro ano o CNPq deve bancar integralmente o valor da bolsa, que é de R$ 4,8 mil. No ano seguinte, a empresa dá 10% e a Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP) local, mais 10%. No terceiro ano, dependendo do convênio firmado, essa proporção vai se invertendo até que a empresa assuma integralmente os custos.