Laudo confirma morte por asfixia de adolescente em fazenda de Unaí, informa Ministério do Trabalho

01/02/2006 - 13h14

Brasília – O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou hoje (1º), uma nota contendo informações do laudo de fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho de Minas Gerais (DRT-MG) sobre a morte de um adolescente de 17 anos que trabalhava de forma irregular em uma fazenda localizada no município mineiro de Unaí.

De acordo com o ministério, o trabalhador Vinícius Francisco Pereira dos Santos morreu no último dia 19 por asfixia, ao ser sugado em um processo de armazenamento de grãos de soja, em um silo localizado na fazenda Vale Verde, de propriedade de Celso Mânica.

Ainda segundo o ministério, Celso é irmão de Antério Mânica, prefeito de Unaí, acusado de ser o mandante do assassinato ocorrido em 28 de janeiro de 2004, no qual morreram três fiscais do ministério e o motorista que os acompanhava na fiscalização para apurar uma denúncia de trabalho escravo em uma fazenda do município. De acordo com a nota, a fazenda Vale Verde situa-se próxima ao local onde ocorreram os assassinatos.

O texto diz ainda que o silo onde aconteceu o acidente estava fora das condições permitidas pela fiscalização do ministério para receber o armazenamento da soja. A nota diz ainda que o adolescente "não poderia estar exercendo nenhuma atividade em área de risco e insalubre". Vinícius foi admitido em 26 de outubro do ano passado na fazenda, onde trabalham 62 pessoas.

Depois da notificação do acidente, feita pela subdelegacia do Trabalho em Paracatu, três fiscais da DRT-MG, escoltados por agentes da Polícia Federal, se dirigiram ao local para fazer, além da análise do acidente, a verificação das condições de trabalho dos demais funcionários. Na semana passada, uma inspeção feita na mesma fazenda lavrou 32 autos de infração, quando foram interditados quatro silos que apresentavam risco de acidente.