Banco do Brasil vai recorrer da condenação de seus ex-funcionários, diz advogado

01/02/2006 - 10h40

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Sete ex-diretores do Banco do Brasil no governo Fernando Henrique Cardoso foram condenados a sete anos e meio de prisão mais pagamento de multa pelo juiz substituto Cloves Barbosa de Siqueira, da 12ª Vara Federal de Brasília. Eles foram acusados de gestão temerária na concessão de créditos entre 1994 e 1995 à construtora Encol, que faliu depois.

Os advogados do Banco do Brasil farão a defesa dos acusados em sentença do dia 2 de dezembro. Os condenados são o ex-presidente da instituição Paulo Cesar Ximenes e os ex-diretores Edson Soares Ferreira, João Batista de Camargo, Ricardo Sérgio de Oliveira, Hugo Dantas Pereira, Ricardo Alves da Conceição e Carlos Gilberto Caetano. A sentença absolveu o gerente Jair Bilachi e o secretário-executivo Manoel Pinto de Souza Junior.

De acordo com o consultor jurídico do banco, Antônio Pedro Machado, serão esgotados todos os recursos possíveis. Caso não tenham êxito no Tribunal Regional Federal, os advogados vão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A tese da defesa vai contestar a acusação de gestão temerária. De acordo com Machado, o conceito só cabe quando se leva em conta todo o período de gestão do administrador. "A sentença comete um equívoco. Ninguém pode ser condenado por gestão temerária por um ato negocial", afirmou.

Machado acrescentou que os empréstimos concedidos à Encol ocorreram antes da gestão de Paulo César Ximenes, que procurou recuperar os capitais emprestados. "Nenhum dinheiro novo foi dado para o grupo Encol de 1995 para cá, quando começou a gestão Ximenes", disse.