Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O relator do Orçamento deste ano, deputado Carlito Merss (PT-SC), defendeu, na tarde de hoje (23), que o governo apresente amanhã, durante a negociação com as centrais sindicais, a proposta de ampliação do salário mínimo para 350 reais a partir de maio. Além disso, Merss propôs, para a mesma reunião, a apresentação da tabela de Imposto de Renda (IR) com correção de 10%.
Segundo o relator, a proposta do mínimo e da tabela já tinha sido colocada pelo governo na última reunião para negociar o reajusto do salário, na quinta-feira passada, dia 19. Durante o encontro, os sindicalistas fizeram a contra-proposta de antecipar o salário mínimo para abril e a correção da tabela para 8%.
"Pessoalmente, acho que está de bom tamanho 350 reais em maio e 10% na tabela, mas se os sindicalistas não se convencerem teremos muitos prefeitos com dificuldades", afirmou Merss ao comentar que o governo teria como chegar aos 700 milhões de reais que faltariam no orçamento para promover o reajuste proposto ao sindicato. Ele ponderou, contudo, que há muitas prefeituras afirmando não terem condições orçamentárias para cobrir a proposta de antecipação do salário mínimo.
O deputado comparou ainda o atual ajuste do mínimo com o dos dois governos anteriores, no qual o salário mínimo saiu de 100 reais, em 1995, para 200 reais, em 2002. No governo atual, a mudança foi de 200 reais, em 2002, para 350 reais, em maio deste ano. "Foi o melhor orçamento em termos de poder de compra dos últimos 30 anos". Segundo estimativa do Ministério do Trabalho, o salário mínimo passou de 1,3 cestas básicas em 2002 para 2,2 cestas básica atualmente.