Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio – A polícia começa, amanhã (24), a busca pelos corpos dos oito jovens desaparecidos em Vigário Geral, na zona norte da cidade, em dezembro do ano passado. Os trabalhos devem se concentrar no rio que divide as favelas de Vigário e de Parada de Lucas – uma área de proteção ambiental. Segundo o subsecretário estadual de Direitos Humanos, Paulo Bahia, a autorização judicial para fazer a dragagem do rio já foi obtida.

"Já foram feitas buscas em todos os lugares que foram indicados pelos familiares, pelo disque-denúncia e pela ouvidoria da polícia. O único lugar que precisa de uma busca mais detalhada é essa área. Já foi feita uma busca, mas precisa de uma dragagem, porque não se sabe o que tem no fundo", disse Bahia.

A busca será conduzida pela delegacia da área e pela delegacia especializada de homicídios do Rio, com o apoio dos órgãos ambientais responsáveis pela área. O subsecretário explica que não há previsão de término dos trabalhos, já que, juntamente com a dragagem, será realizada a reconstituição do crime.

Bahia disse ainda que o Estado ofereceu ajuda aos familiares das vítimas, mas nenhum deles aceitou participar do ProVita, o programa de proteção a testemunhas do governo do estado. A única pessoa que procurou a Secretaria Estadual de Direitos Humanos foi a mãe de uma das vítimas, que pediu auxílio psicológico, na manhã de hoje.

Oito jovens teriam sido seqüestrados e possivelmente executados por membros de uma quadrilha de Parada de Lucas, rival de Vigário Geral, no dia 13 de dezembro do ano passado. Até agora, nenhum dos corpos foi encontrado.