Daniel Merli
Enviado especial
Caracas – A repressão policial aos movimentos estudantis e reformas que piorariam a educação são as duas principais queixas de lideranças estudantis de Equador e Colômbia. Ontem (22), eles participaram, em Caracas, capital da Venezuela, de uma reunião de diretoria da Organização Caribenha e Latino-americana dos Estudantes (Oclae), na qual também estiveram presentes representantes da organização na Guatelama, México, Venezuela, Cuba, Nicarágua, Brasil, Equador e Colômbia.
Equatorianos e colombianos fizeram análises parecidas sobre a situação em seus países. Andrés Alvarez, da Associação Central de Estudantes Universitários (Aceu), conta que, na Colômbia, uma greve estudantil conseguiu barrar um projeto de lei do presidente Álvaro Uribe que, segundo Alvarez, iria reduzir em 6% o orçamento para ensino superior.
Ele avalia que o custo da ação foi a repressão contra os estudantes, que teria aumentado. "Ano passado, dois estudantes foram mortos pela polícia em diferentes protestos", diz. Ele também afirma que o governo colombiano extinguiu todas as formas de participação dos estudantes nas políticas da universidade, como a regra que permitia que fossem consultados sobre a escolha de novos reitores. Atualmente, a Universidade Nacional de Colômbia, a maior instituição pública de ensino do país, está em greve contra as novas medidas. "E também pedindo mais respeito aos direitos humanos", afirma Alvarez.
O Equador vive o mesmo caso de repressão, acredita Francisco Escandón, da Federação de Estudantes Universitários do país. Segundo ele, cerca de 200 estudantes foram presos nos últimos dez dias, durante os protestos contra o aumento de tarifas de ônibus e em favor do aumento do orçamento de educação.