Secretário de Direitos Humanos vai amanhã ao acampamento onde índio guarani foi assassinado

26/12/2005 - 17h05

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, vai amanhã (27) ao acampamento indígena Guarani-Kaiowá – na margem da rodovia que liga os municípios de Antônio João e Bela Vista, no Mato Grosso do Sul. No último dia 24, o índio Dorvalino Rocha, um dos acampados, foi assassinado em Antônio João.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Especial de Direitos Humanos, a visita demonstra a preocupação do governo federal com a questão. O objetivo, segundo a assessoria, é assegurar que outros atos de violência não ocorram no local. Deve haver ainda reforço da Polícia Federal nas investigações.

No último dia 15, após decisão judicial que suspendeu a demarcação das terras Nhande Ru Marangatu, os índios Guarani-Kaiowá foram despejados pela Polícia Federal no Mato Grosso do Sul. Cerca de 730 índios – incluindo aproximadamente 300 crianças – ficaram à beira da estrada. A desocupação ocorreu de forma pacífica. Mas, enquanto os índios retiravam os seus pertences do local, fazendeiros atearam fogo nas casas. Com base na denúncia feita pela Agência Brasil, o Ministério Público abriu inquérito para averiguar a possível omissão da polícia.

Além de Vannuchi, vão ao Mato Grosso do Sul o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, e dois delegados da Polícia Federal representando o diretor-geral da instituição, Paulo Lacerda. A presença de um integrante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ainda deve ser confirmada.

Ontem (25) a Funai antecipou uma série de providências que começaria a tomar a partir de hoje no município de Antônio João (MS) por conta do assassinato de Dorvalino. Entre as medidas tomadas está a instalação de uma base da Funai no acampamento dos índios a margem da rodovia que liga os municípios sul-matogrossenses de Antônio João e Bela Vista.