Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A expansão do comércio na capital paulista "ficou abaixo do desejado pelo setor", avaliou Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo. Afif considerou o resultado "medíocre perto do que ocorre no mundo" e disse que houve uma desaceleração no consumo a partir do segundo semestre.
Na avaliação do líder empresarial, o comportamento do consumidor mostra que o orçamento ficou mais apertado nos últimos meses, quando verificou-se "uma migração da procura de bens de maior valor para os de menor valor".
Para 2006, "esperamos que seja um ano melhor porque o próprio presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) disse que vai tirar o pé do freio e vai injetar recursos no mercado". Embora tenha uma posição crítica em relação ao governo, reconheceu que esses gastos junto com a queda da taxa básica de juros, a Selic, criam condições para estimular o consumo.
Além disso, lembrou que o próximo ano já tem um clima de favorecimento em face das eleições e da realização da Copa do Mundo. Normalmente, em função dos jogos, o comércio faz promoções e vende mais aparelhos de televisão.
Para esta semana, Afif acredita em manutenção do aquecimento das vendas. "Acredito que ainda tenha um fôlego de vendas". Em sua análise, o brasileiro está acostumando a esperar pelos períodos de liquidações.
O comércio varejista da cidade de São Paulo encerra o ano de 2005 com crescimento nas vendas. De acordo com a pesquisa da Associação Comercial de São Paulo, as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que indicam o movimento de compras a prazo, aumentaram 5% em comparação a 2004.