Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O superávit primário - economia que o governo faz para garantir o pagamento da dívida - chegou a R$ 98,6 bilhões entre os meses de janeiro e novembro, representando 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo dados divulgados hoje (23) pelo Banco Central, em novembro, o setor público consolidado, que inclui as contas da União, estados, municípios e estatais federais, alcançou R$ 3,6 bilhões.
Em entrevista, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, admitiu que o superávit primário possa ultrapassar a meta dos 4,25% estabelecida para o final do ano, mas disse que isso se dará porque estados, municípios e estatais vão ultrapassar sua participação na meta. Ele disse que acha positivo o esforço feito por governantes para gastar menos. "Não vou brigar com estados e municípios porque eles estão economizando mais. Eu vou parabenizá-los".
Segundo Palocci, ao contrário do que dizem os críticos da sua política de rigor fiscal, "a disponibilidade dos investimentos não está comprometida". Ele afirmou que a economia que o governo tem feito não limita os investimentos dos ministérios em obras e ações. "A disponibilidade de recursos para os ministérios está dada há alguns meses".
O ministro lembrou que, tradicionalmente, dezembro é marcado por um "forte déficit", porque é neste mês que o governo paga os compromissos com investimentos.
"Agora se fazendo todo esse planejamento resultar num bom quadro fiscal, melhor para o Brasil, não vamos brigar com o equilíbrio. Não vamos brigar contra o esforço fiscal porque ele faz bem para o Brasil", salientou.