Palocci diz que crescimento pode ser de 5% em 2006

23/12/2005 - 11h26

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse hoje, durante balanço que fez a jornalistas, que o Brasil encerra o ano com avanços importantes na área econômica. Para ele, o esforço feito em 2005 para garantir que a inflação se mantenha dentro da meta e a economia feita por meio de superávit primário vão ter efeito no ano que vem com o que chamou de "crescimento vigoroso".

Palocci afirmou que o cenário neste fim de ano se assemelha ao do período da transição entre os anos de 2003 e 2004. Em 2003, lembrou, o governo foi obrigado a adotar uma política econômica mais restritiva diante da ameaça da inflação. No ano seguinte, o que se verificou foi o crescimento econômico de 4,9%. Ele lembrou ainda que foram gerados 1,5 milhão de empregos em 2004 e que é exatamente isso que deve ocorrer em 2006.

Em 2005, o crescimento é estimado em torno de 2,5%, contra a projeção oficial, feita no início do ano, de 3,6%. Os analistas atribuem o baixo crescimento à política de juros praticada pelo governo que manteve alta a taxa básica (Selic) ao longo do ano. De acordo com o ministro, a tendência é que os juros, que hoje estão em 18% ao ano, caiam durante 2006, favorecendo mais investimentos e crescimento.

Segundo o ministro, a manutenção da política de ajuste fiscal no longo prazo é importante para garantir o crescimento sustentado nos próximos anos. Ele defendeu que numa eventual candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, essa política seja mantida. "O Brasil precisa de um esforço fiscal de longo prazo. Essa é a minha opinião; agora, como o presidente Lula apresentará essa questão numa eventualidade da candidatura, que eu torço para que aconteça, é uma formulação que ele vai ter que construir. Na minha opinião, o país precisa de um esforço fiscal equilibrado e de longo prazo".

Palocci afirmou que pretende manter-se no cargo até o fim deste governo e que numa eventual reeleição de Lula, não sabe se permanecerá. "O importante é que a política econômica se mantenha e não as pessoas".