Rotavírus: vacina deve reduzir mortalidade, diz médica

11/12/2005 - 8h09

Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Brasil será um dos primeiros países a fornecer a vacina contra o rotavírus na rede da saúde pública, e provavelmente o primeiro da América Latina, informa a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). De acordo com a médica Consuelo de Oliveira, do Departamento de Infectologia da SBP, "até mesmo países do primeiro mundo, como os Estados Unidos, ainda não começaram a distribuir a vacina". Ela informou que na América Latina, apenas o México está com a vacina em fase de implantação na rede pública.

A pediatra considera a vacina contra o rotavírus muito importante devido ao impacto sobre a mortalidade infantil. Segundo ela, nos países em desenvolvimento, as complicações decorrentes do vírus provocam o óbito de 500 mil crianças por ano, o que dá uma média de uma criança por dia. No Brasil, a pediatra avalia que 20% das mortes de crianças menores de cinco anos por diarréia são causadas pelo rotavírus.

Outro fator apontado por Consuelo de Oliveira diz respeito à diminuição do número de internações em unidades hospitalares em razão da vacina. De acordo com o Ministério da Saúde, o rotavírus provoca infecções responsáveis por 42% das internações decorrentes de diarréias em crianças com até cinco anos. A médica acredita que a vacina irá evitar que crianças internadas por rotavírus "venham a sofrer com diarréias e vômitos muito fortes e ainda com a ameaça de contraírem infecções hospitalares", além do que "haverá desoneração na rede pública de saúde".

A realização de um número maior de testes para detectar a presença do rotavírus ainda foi apontada por Consuelo como uma medida muito importante a ser adotada. Atualmente esses testes não são muito utilizados, apesar de disponíveis na rede pública. "É um teste
rápido e barato. Ele seria muito importante para termos uma dimensão precisa dos males provocados pelo rotavírus e sobre o impacto desta vacina".