Conferência Nacional de Meio Ambiente deverá discutir o desmatamento

11/12/2005 - 8h09

Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília - O desmatamento é um dos pontos importantes que serão discutidos na 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (MMA). Segundo a ministra Marina Silva, a criação das Unidades de Conservação contribuiu significativamente para a redução de 30% no desmatamento na floresta Amazônica, anunciado esta semana. O texto-base do MMA, que aponta os temas e propostas do ministério para os debates durante o evento, traz a idéia de expansão dessas unidades.

De acordo com o coordenador da 2ª Conferencia Nacional do Meio Ambiente, Pedro Ivo, as unidades são fatores importantes na preservação dos biomas do país. "Estamos convencidos de que uma das melhores formas de preservar a nossa rica biodiversidade é através das unidades de
conservação", afirma. Segundo ele, este ano foram criados cerca de 9 milhões de hectares em Unidades de Conservação em todo o território nacional.

Diante disso, o MMA propõe aumentar as áreas atingidas pelas unidades, mas, como ressalta Pedro Ivo, são necessários "parâmetros técnicos para não fazermos essa unidade apenas por fazer". Além disso, ele aponta que também é preciso pensar nas comunidades que se encontram inseridas nelas. "Temos que ter saídas econômicas, apoio para as comunidades que vivem na área ou ações para educação ambiental, para ações cientificas".

Um dos pontos que serão discutidos dentro da questão das unidades é a proposta de criação de áreas de proteção para as reservas extrativistas marinhas. Para o coordenador da conferência, a proteção dessas reservas seria um "grande ganho" para as áreas litorâneas, que teriam sua fauna e flora protegidas da degradação causada muitas vezes pelo turismo feito ecologicamente inapropriado.

"Não somos contra o turismo, mas para que ele seja realmente bom, não pode destruir o meio ambiente. A discussão que estamos fazendo do projeto orla de ordenamento territorial do litoral é chave: uma das questões centrais do Brasil, como diferenciador no mundo, é a possibilidade de um turismo ambiental correto".

O coordenador destaca ainda que as Unidades de Conservação também são economicamente importantes. "O aumento das unidades de conservação garante melhores condições de preservação ambiental, e o país pode crescer muito compatibilizando economia com
ecologia".