Brasil precisa exportar mais para a Alemanha, diz diretor da Câmara de Comércio e Indústria no Rio

28/11/2005 - 17h27

Rio, 28/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - As exportações brasileiras para a Alemanha ainda estão longe de suprir o mercado daquele país e atender o potencial existente. A avaliação é do diretor-executivo da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro, Hanno Erwes.

No acumulado de janeiro a outubro de 2005, os embarques brasileiros àquele país totalizam US$ 4,164 bilhões, o que representa um crescimento de 23,34% em relação ao mesmo período de 2004, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.

Erwes informou que as exportações brasileiras não correspondem a 1% do total importado pela Alemanha. A pauta brasileira, acrescentou, compreende máquinas, peças, produtos químicos, alimentos, papel, têxteis e metais manufaturados.

"O que a Alemanha pede em termos de mercadorias é abastecido pela própria União Européia, de quem importa mais de 50% de suas necessidades", informou. "Existe um mercado fabuloso para o Brasil, porque 1% não é nada", analisou.

Um dos nichos a serem explorados, segundo o secretário, seria o de produtos orgânicos (produzidos sem agrotóxicos), pelos quais os alemães pagam cerca de três vezes mais do que por mercadorias tradicionais.

Outras áreas favoráveis seriam a de confecções e peças automotivas, além de Tecnologia da Informação, que engloba informática e programas de computador (software). Erwes cita ainda o campo da energia alternativa, como biodiesel e biocombustível.

As deficiências, na avaliação dele, concentram-se em áreas de qualidade e capacitação de pequenas e médias empresas, que precisam ter preços mais competitivos para participar de feiras e rodadas de negócios na Alemanha. Erwes sugere a formação de associações visando à transferência de tecnologia para a produção no Brasil e a posterior exportação.

Na quarta-feira (30), a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha promove o seminário Destino Exportador Alemanha 2005, com o objetivo de inserir as pequenas e médias empresas no esforço exportador. O encontro se realiza na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).