Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio - O número de crianças e adolescentes que trabalham, com idades entre 5 e 17 anos, continua em queda no Brasil. Em 2004, 11,8% das crianças e adolescentes nesta faixa etária tinham envolvimento com alguma atividade econômica, sendo que o trabalho estava fortemente concentrado na agricultura (75%).
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004 (PNAD-2004) divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que em cinco anos a taxa de crianças entre 5 e 9 anos de idade trabalhando caiu de 2,4% para 1,4%; na de 10 a 14 anos, a redução foi de 14,9% para 9,5% e na de 15 a 17 anos, a queda foi de 34,5% para 30,5%.
O número de meninos trabalhando é maior que o de meninas em todos os grupos de idade. Na faixa etária dos 5 aos 17 anos, o nível de ocupação masculina é de 15,3% e o da feminina, 8,1%. A região Sudeste foi a que deteve o menor nível da ocupação de crianças e adolescentes (7,9%). Os maiores níveis estão no Nordeste (14,8%) e no Sul (14,9%).
De acordo a coordenadora da pesquisa do IBGE, Ângela Filgueiras Jorge, os motivos para os altos índices de trabalho infantil no Nordeste e no Sul do país são diferentes. Enquanto no Nordeste as crianças trabalham para ajudar a compor a renda familiar, no Sul a questão é cultural. "No Sul do país as crianças se habituam a acompanhar os pais no trabalho agrícola ou nos negócios da família", acrescentou.