Ivan Richard
De Agência Brasil
Brasília – Em cada uma das unidades federadas da Justiça há, no máximo, cinco juízes afro-descendentes. É o que afirma o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Luiz Fux. Ele participa hoje (23), em Brasília, do 2º Seminário A Justiça e a Promoção da Igualdade Racial, promovido pelo STJ.
"O racismo é uma realidade no Brasil", avalia Fux. Para o ministro, medidas afirmativas, como a imposição de cotas, "podem transformar em realidade a co-participação das minorias no progresso do país".
O seminário faz parte das comemorações da Semana da Consciência Negra e irá discutir temas como a violência contra a comunidade negra.
Outro evento, também Brasília, ressaltará a importância dos negros na sociedade brasileira. Durante a 1ª Semana Cultural Negra, iniciada hoje e que vai até sábado (26), serão apresentadas peças teatrais, dança, música e culinária afro-descendentes.
"A cultura tem sido o grande instrumento, o verdadeiro veículo que expressa a dignidade, a auto-estima, a criatividade e, sobretudo, a determinação da comunidade negra brasileira para enfrentar o racismo que lamentavelmente existe", afirmou o diretor de Promoção, Estudo, Pesquisa e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira da Fundação Cultural Palmares, ligada ao Ministério da Cultura, Zulu Araújo.
Para ele, a importância do evento está no conteúdo. "Tendo como referência a cultura, a possibilidade de sucesso aumenta enormemente, porque ela tem sido nosso principal instrumento de diálogo, seja com o continente africano, seja com as demais etnias em nosso país", afirmou Araújo.
Já o coordenador da 1ª Semana Cultural Negra, Ulisses Xavier, afirmou que essa será uma oportunidade de se exercitar a cidadania. "O principal para se ter consciência é ter integração. O negro foi ligado ao racismo, mas ele, ao longo dos anos, permeou a história brasileira com diversas participações na literatura, na política e a gente está trazendo um pouco disso. Nós estamos festejando essa etnia que nós brasileiros temos no sangue".