Rio, 24/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - A safra de grãos neste ano será de 112 milhões de toneladas, abaixo da expectativa inicial de 132 milhões de toneladas. Com isso, a perda estimada pelo Ministério da Agricultura é de R$ 17 bilhões, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do ano passado, que atingiu R$ 95,43 bilhões. Segundo o ministro Roberto Rodrigues, "é uma perda realmente violentíssima", a maior nos últimos 40 anos.
No 25º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), que se realiza no Hotel Glória, Rodrigues afirmou que a seca, especialmente a ocorrida na região Sul, é um dos fatores levaram a essa perda. A produção de grãos foi reduzida em 20 milhões de toneladas, concentrada nas áreas de milho e soja, disse.
Outro fator apontado pelo ministro são os altos custos da produção, enquanto os preços apresentaram queda em todo o mundo, devido à oferta elevada das principais commodities agrícolas (arroz, milho, soja, trigo e algodão). "Com safras recordes no mundo todo, preços cadentes em dólar", afirmou. A alta dos custos foi influenciada pelo preço do petróleo e do aço e pelo aumento da demanda por insumos agrícolas.
Rodrigues lembrou que no caso brasileiro houve também o reflexo da questão cambial. E resumiu: "Custos que subiram, preços que caíram, dívida dos produtores rurais que aumentou e produção que caiu por causa da seca". A isso, esclareceu, soma-se a prorrogação do vencimento dos empréstimos rurais, para minimizar os efeitos da seca. "Nós temos um ano com perda de renda dramática na agricultura, uma oferta menor de crédito de custeio, a um juro mais alto do que o normal", afirmou.