Porto Alegre, 24/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de 700 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e ao Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) ocuparam hoje o prédio do Centro Administrativo do governo do Rio Grande do Sul. Segundo um dos coordenadores do MTD no estado, Mauro Cruz, os manifestantes reivindicam mais recursos do governo estadual para os dois grupos em 2006.
"Além da criação de 10 mil novas frentes emergenciais de trabalho, o MTD exige que o governo gaúcho assine o convênio de cerca de 700 vagas assumidas ainda em 2003", acrescentou Cruz. O representante do Movimento de Luta pela Moradia, Beto Aguiar, informou que seu grupo reivindica 10 mil novas moradias "para famílias que ganham até três salários mínimos, além do repasse de áreas do estado para as organizações populares".
Os manifestantes, que aguardam, ainda hoje, audiências com os secretários estaduais do Trabalho e Assistência Social, Edir Oliveira, e da Habitação, Alceu Moreira, só devem deixar o Centro Administrativo no fim da tarde. Os desempregados e os sem-teto também esperam audiência com o presidente da Assembléia Legislativa, Iradir Pietroski, para discutir o orçamento estadual para 2006.
De manhã, em reunião com técnicos da Secretaria do Trabalho, os líderes dos desempregados e dos sem-teto foram informados de que devem ser liberados, ainda neste ano, recursos para cerca de 400 frentes de trabalho no estado.
Outro grupo, formado por mais de 50 pessoas que também pertencem ao MNLM, invadiu um prédio de cinco andares, no centro de Porto Alegre. Segundo a Polícia Militar, os manifestantes arrebentaram cadeados para entrar no edifício, que estava desocupado. Os sem-teto alegam que o prédio pertence à Caixa Econômica Federal e pedem a desburocratização dos processos de acessos a moradias. Eles ainda não decidiram até quando vão ficar no local.
A Caixa Econômica informou que o prédio foi vendido há dois anos.