Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou ter acertado ontem (23) com ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a liberação, em 2005, de R$ 2 bilhões para o custeio ao produtor rural a juros equalizados (tipo de juros em que a diferença entre o custo de captação e o custo do empréstimo ao tomador é assumido pelo Tesouro Nacional).
"Isso vai mudar um pouco o mix do crédito rural que, de janeiro a outubro deste ano, registrou queda de 34% em relação ao mesmo período de 2004", avaliou.
Ainda em relação ao crédito rural, Rodrigues classificou de "bem alinhavado" o trabalho feito com Tesouro Nacional para reavaliar os limites para a concessão de crédito aos produtores. Atualmente, existem três tipos de crédito para agricultura: custeio, investimento e comercialização.
A proposta está sendo analisada pelo grupo de trabalho composto por representantes dos ministérios da Agricultura e Fazenda, entidades de classe e parlamentares da chamada "bancada ruralista" da Câmara dos Deputados. "Estamos esperançosos de que seja possível fazer isso já este ano", afirmou, acrescentando que a medida daria impulso tanto à safra de 2006 e como a dos próximos anos.
Em linhas gerais, explicou o ministro, a proposta reavalia os ativos oferecidos como garantia pelos agricultores. E tem por objetivo flexibilizar o limite de crédito, permitindo que os produtores tomem mais recursos.
Hoje, o limite para custeio e investimento varia de acordo com o tipo de cultura – o milho, por exemplo, tem limite de R$ 400 mil por produtor, enquanto a soja tem limite de R$ 250 mil por produtor.
"Normalmente, há um encadeamento entre o crédito de custeio e de comercialização, que não funciona muito por causa das garantias", disse. Entretanto, observou Rodrigues, a revisão das garantias possibilitaria melhores condições para a comercialização em 2006.
O ministro participou hoje (24) do 25º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex).