Professores em greve fazem manifestação na porta do MEC

23/11/2005 - 9h21

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Com a palavra de ordem "Não ao mensalão, queremos mais verbas para a educação", cerca de 500 professores universitários e estudantes em greve realizam um café da manhã de protesto em frente ao Ministério da Educação (MEC). Eles reivindicam a retomada das negociações com o ministério, interrompidas, segundo os organizadores da manifestação, sem o atendimento da pauta de negociação.

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Federais Brasileiras (Fasubra) e o Sindicato dos Servidores da Educação Básica e Profissional (Sinasefe) estão à frente da manifestação que está programada para todo o dia. Vários parlamentares, de vários partidos políticos, estão dando seu apoio à manifestação.

De acordo com o diretor do Andes, Jacó Paiva, as três entidades estão em frente ao MEC para "cobrar" do ministro Fernando Haddad a reabertura das negociações com as entidades com quem ele "rompeu" o processo de negociação e pelo atendimento das reivindicações constantes na pauta. "No caso do Andes, o ministro Haddad saiu da mesa de negociação, tem um Projeto de Lei para a educação superior que não apareceu ainda e cujo conteúdo foi rejeitado pela categoria. Nós queremos que ele volte atrás na decisão, sente com o Comando de Greve do Andes para que o projeto seja negociado e acordado com a categoria", explicou ele.

As pautas de reivindicações do Andes e da Fasubra, segundo Paiva, têm muita coisa em comum. "Nós queremos o reajuste de 18% para reporá inflação do governo Lula e também a realização de concursos públicos para repor os professores e técnicos nas instituições, diminuindo o número dos profissionais substitutos nas instituições", disse ele, lembrando outro ponto como a criação de um grupo de trabalho que defina a questão de uma carreira para o magistério superior federal.

Segundo Paiva, um professor universitário com doutorado e dedicação exclusiva está ganhando em média R$ 3.800 nas universidades federais.

A Assessoria de Imprensa do Ministério da Educação informou que o secretário-executivo do MEC, Jairo Jorge da Silva, está agendando uma reunião ainda para hoje com o comando da greve.