Política contra o câncer buscará reforçar diagnóstico precoce, diz diretor do Inca

23/11/2005 - 14h06

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil

Rio - Aumentar o número de diagnósticos precoces de casos de câncer, envolvendo as unidades especializadas no tratamento da doença e o Sistema Único de Saúde (SUS), faz parte da nova política de atenção ao câncer que será anunciada pelo ministro da Saúde, Saraiva Felipe, na segunda-feira (28), no Rio. A informação foi dada hoje (23) pelo diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antonio Santini, durante a divulgação do estudo "Estimativa de Incidência por Câncer no Brasil 2006".

"Nós vamos transmitir a essa rede de saúde condições, capacitação, treinamento, recursos para que aqueles profissionais da ponta do sistema aumentem a capacidade de diagnosticar câncer", afirmou Santini. "Diagnosticar fase tardia contribui pouco para o resultado. Isso é claro para qualquer tipo de câncer, especialmente para alguns em que você pode ter melhores resultados, como mama, colo do útero e próstata."

Luiz Santini disse que para alcançar o objetivo as equipes do SUS precisam ser treinadas, incluindo o médico de família, agentes de saúde, postos de saúde e especialistas de ambulatórios.

"Temos alguns dados empíricos, não de pesquisa, que recomendam que nos exames ginecológicos feitos pelos especialistas nos ambulatórios se faça de rotina o exame das mamas", acrescentou. "Isso é fundamental. No caso do exame da mama, além de a própria pessoa poder fazer o auto-exame, é muito importante o exame clínico, para melhorar o diagnóstico, torná-lo mais precoce e possibilitar então uma abordagem mais adequada e uma sobrevida melhor."

O diretor-geral do Inca disse, ainda, que pela primeira vez a estimativa sobre casos de câncer incluiu os tumores infantis, na seção "Síntese de Resultados e Comentários". Explicou que apesar de ter incidência baixa, de 0,5 % a 3%, o câncer infantil é invasivo, mas responde melhor ao tratamento e apresenta boas chances de cura.