Falta agilidade no início das buscas dos desaparecidos, critica deputada

23/11/2005 - 14h47

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio – O processo de localização de crianças e adolescentes desaparecidos é prejudicado pela demora no início das buscas, segundo afirma a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Em muitos casos, essa procura leva até 48 horas para começar. Em geral, só depois desse prazo a pessoa é considerada desaparecida pelas autoridades policiais. "A demora é suficiente para que muitos jovens nunca mais sejam encontrados", avalia Rosário.

Para agilizar o processo, uma lei aprovada no Rio Grande do Sul, de autoria de Maria do Rosário, assegurou aos desaparecidos com menos de 18 anos e às pessoas com deficiência o direito de busca imediata, a partir do momento em que o caso é registrado nas instituições públicas.

"Não podemos esquecer que essas crianças estão em situação de risco e toda a agilidade é fundamental para solucionar os casos de forma positiva", disse a deputada. Segundo ela, o momento atual conta com uma intensa rede de transportes e de comunicação voltada ao tráfico de seres humanos. "A ampliação dessa lei para todo o Brasil é fundamental."

Ela enfatiza que um cadastro nacional, com informações e fotos das crianças desaparecidas, também pode ajudar a reduzir os números de registros sem resposta. "É preciso interligar todos os órgãos que lidam com desaparecidos no Brasil. As regiões fronteiriças também precisam receber reforço e devem ser abastecidas com os dados, integrando as ações nacionais até com os países vizinhos", afirmou Maria do Rosário.

Trinta e seis organizações governamentais e não-governamentais e representantes de todos os estados brasileiros se reúnem até sábado (26), para debater sobre as possíveis soluções no combate ao desaparecimento infanto-juvenil no país. Elas participam do 1º Encontro da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos (ReDESAP), coordenado pela Subsecretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que começou hoje (23), em Brasília.