Cecília Jorge
Enviada especial
Moscou (Rússia) – O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, classificou como "acidente de percurso" a ocorrência do foco de febre aftosa no gado em Eldorado (MS), identificado no dia 8. O foco provocou o embargo à carne brasileira por parte de 32 países. Ele disse hoje (17) não esperar o fim imediato do embargo russo à carne brasileira por causa da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Moscou. "Venho trazer as informações das ações que estão sendo desenvolvidas dentro das regras gerais da OIE (Organização Internacional de Epizotíases) para mostrar que o Brasil está fazendo a parte dele", explicou Rodrigues na chegada ao hotel em Moscou.
Além da carne bovina, a Rússia decidiu fechar o mercado à carne originária do Mato Grosso do Sul de espécies suscetíveis à doença (bubalinos, caprinos, ovinos, aves e suínos) e, ainda, a produtos e subprodutos derivados desses animais.
O ministro disse que a decisão do governo russo de interromper a compra de carne do Brasil foi uma medida preventiva. "Não acho que houve excesso de rigor, acho que eles foram prudentes na decisão que tomaram", disse Rodrigues.
Amanhã, Rodrigues terá encontro com o ministro da Agricultura da Rússia, Alexei Gordeyev, para conversar sobre o assunto. O ministro disse que enfatizará o fato de o foco ter ocorrido de forma localizada. "Vamos demonstrar que todas as ações que são regularmente solicitadas pela OIE foram adotadas. O Brasil é muito ágil nos processos todos, com transparência absoluta, sem nenhuma omissão", afirmou.
De acordo com o ministro, já foi descartada a possibilidade de o foco ter sido provocado por uma nova variação do vírus causador da doença. Segundo ele, a suspeita sobre a validade e a qualidade da vacina usada no rebanho também não foi confirmada. Uma das possibilidades que ainda está sendo investigada é a ter havido falhas na condição de armazenagem e no processo de vacinação.
Rodrigues disse que Gordeyev irá ao Brasil no início do mês que vem para conhecer as áreas de produção agropecuária no país. Segundo ele, o convite foi feito antes do caso da aftosa no Mato Grosso do Sul.