Aline Beckestein
Repórter da Agência Brasil
Rio – O tratamento para evitar a transmissão da aids de mãe para filho deve começar a partir da 14 ª semana de gravidez. Caso isso não ocorra, ainda há a possibilidade de a mãe receber AZT (medicamento usado no tratamento da doença) injetável no momento do parto e, o bebê, o xarope de AZT durante as primeiras seis primeiras semanas de vida.
Mas o risco de transmissão aumenta. De acordo com pesquisas do Ministério da Saúde, de quase zero, quando o tratamento é feito no início da gravidez, ele passa para 8%.
Valéria, de 36 anos, soube que tinha o vírus quando começava o trabalho de parto, em um hospital da Baixada Fluminense. Momentos antes de seu filho nascer, fez o teste rápido. "O médico me contou de supetão e virou as costas", relatou ela.
Com o resultado positivo, ela aceitou receber o AZT e continuou dando o xarope para o bebê. O menino, que tem agora quatro meses, já fez os testes de carga viral e todos deram negativo. "Foi uma alegria enorme. Eu estou doente, mas meu filho não tem nada."
Hoje, mãe e filho recebem acompanhamento no Hospital dos Servidores do Estado (HSE), que tem uma unidade de referência nesse tipo de atendimento, e no qual, segundo ela, "as pessoas não são só médicos, mas amigos".
O coordenador Obstétrico do Programa de Atenção a Gestante com HIV do hospital, Marcos D’Ippolito, informou que são feitos dois testes de carga viral para detectar o vírus no sangue do bebê. Após um ano e meio, o hospital também realiza o Elisa, que detecta a presença de anticorpos ao vírus.
"Na verdade não existe como ‘negativar’ a presença do vírus. O que ocorre é que o exame tradicional, o Elisa, acusa a presença de anticorpos ao vírus, e quando o bebê nasce, ele sempre vai acusar positivo, porque até os 15 meses o bebê tem os anticorpos da mãe. Por isso é que adotamos os exames de carga viral nos primeiros meses de vida", informou D’Ippolito.