Iolando Lourenço e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foi escolhido, há pouco, como candidato de três partidos da base aliada do governo à presidência da Câmara. A votação será na quarta-feira (28). Durante reunião de líderes da base, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) desistiu de sua candidatura em favor do ex-ministro Aldo Rebelo. O vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), também desistiu de concorrer por seu partido, para apoiar Aldo.
Na noite de ontem (21), por unanimidade, a bancada do PT havia lançado Chinaglia candidato, mas ele se retirou da disputa justificando que, como líder do governo, tem a responsabilidade de conduzir o processo sucessório, com o apoio da base. Ele disse que também havia a preocupação de impedir a ampliação da aliança em torno de seu nome para a disputa com a candidatura da oposição. "Há divergência na base aliada e não adianta, num processo desse, alguma bancada ficar insatisfeita por algum motivo", explicou.
Aldo Rebelo terá o apoio do PT, PSB e PCdoB, que somam 118 deputados. Na reunião de ontem (21), os líderes também decidiram intensificar o diálogo com outros partidos da base, a fim de ampliar o apoio ao ex-ministro. Segundo o líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PE), é legítimo que os outros partidos aliados que lançaram candidatos façam uma avaliação se devem ou não manter suas candidaturas, "mas o ideal é que a base se una em torno de Aldo Rebelo".
Para o líder do PT, Henrique Fontana (RS), "Rebelo tem ótimo trânsito na Câmara e grande simpatia entre os deputados do PP, do PL e do PMDB, além dos petebistas". Já o líder do PSB, Renato Casagrande (ES), disse que "o lançamento do Aldo é o inicio de uma caminhada para buscar novos apoios, ele é uma pessoa respeitada".
Estão mantidas ainda as candidaturas do peemedebista Michel Temer (SP), do petebista Luiz Antônio Fleury (SP), de João Caldas (PL-AL) e Francisco Dornelles (PP-RJ), além do vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL) e de Jutahy Magalhães (PSDB-BA). Mas para o líder do PSDB, Alberto Goldman (SP), deverá haver união com o PFL em torno de uma só candidatura. O prazo para registro dos candidatos à presidência da Câmara termina às 18 horas de terça-feira (28).
Em reunião hoje (22), o bloco de oposição formado por PDT, PV, PPS e Prona decidiu se unir com um candidato, cujo nome ainda não foi escolhido. Para as lideranças dos quatro partidos, o futuro presidente da Câmara deverá se comprometer-se a rever a atual legislação que regula a edição e tramitação de medidas provisórias, além de pôr em votação uma reforma política, em tempo hábil, que moralize as eleições, entre outros compromissos.