Selo Pró-Eqüidade de Gênero poderá ser aplicado a instituições privadas

22/09/2005 - 13h24

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Inicialmente destinado a empresas públicas que desenvolverem ações de promoção da igualdade entre homens e mulheres, o Selo Pró-Eqüidade de Gênero deverá ser estendido, a partir do ano que vem, à iniciativa privada. A informação é ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), que hoje (22) participou do lançamento do programa Pró-Eqüidade de Gênero.

O selo será uma forma de reconhecer que as empresas são comprometidas com a igualdade de gênero e com o combate à discriminação no acesso, remuneração, ascensão e permanência de mulheres no emprego. "Estamos trabalhando neste primeiro ano do programa com as empresas públicas, porque resolvemos que era importante o setor público fazer o dever de casa", explicou a ministra.

Nilcéa Freire lembrou que tanto no setor público como no privado as mulheres ainda encontram muitas barreiras. "São muitos espaços a conquistar, sobretudo no que se refere à chegada a postos de comando, de direção", frisou a ministra, ao citar estudo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social mostrando que, nas 500 maiores empresas privadas do país, apenas 9% dos cargos de direção são ocupados por mulheres. "Isso não muda muito no setor público", disse Nilcéa.

Segundo ela, as ações desenvolvidas em cada empresa que aderir ao programa serão avaliadas após um ano pelo Comitê Pró-Eqüidade de Gênero. O grupo vai reunir representantes do governo, de organizações não-governamentais, da sociedade civil e de organismos internacionais.

O selo será concedido se o plano de ação a ser apresentado pela empresa tiver sido cumprido. "A nossa preocupação não é avaliar as empresas agora. Nossa intenção é justamente contribuir para que elas possam, a partir da adesão ao programa, desenvolver essas práticas", explicou Nilcéa.

Para a ministra, além da redução das desigualdades de gênero, o programa possibilitará melhor qualidade de vida no ambiente de trabalho. "Também traz para as empresas a oportunidade de mostrar ao para a sociedade uma imagem socialmente responsável".

Segundo informações da SPM, já confirmaram a adesão ao programa a Eletrobrás, o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaipu, Furnas, Eletronorte, Infraero e o Grupo Hospitalar Conceição, do Ministério da Saúde. A iniciativa conta com o apoio do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e a da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

As empresas interessadas podem aderir ao programa até o dia 4 de novembro, pelo site www.presidencia.gov.br/spmulheres