Reforma agrária está entre os temas que irmão de Dorothy Stang discutirá no Brasil

22/09/2005 - 17h37

Brasília, 22/9/2005 (Agência Brasil - ABr) - O irmão da freira Dorothy Stang, assassinada em fevereiro em Anapu (PA), e a comitiva que o acompanha terão reunião amanhã (23) com representantes do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), segundo informou o advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), José Batista Afonso.

"As discussões estarão voltadas mais para ações de reforma agrária, de combate à grilagem de terra e da implantação dos Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDSs) na região de Anapu", informou Afonso.

No mesmo dia, a comitiva também se reunirá com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, desembargador Milton Nobre, e com o juiz de Pacajá (PA), Lucas do Carmo. E ainda pretende se encontrar com os promotores Lauro de Freitas Júnior e Sávio Brabo, do Ministério Público Estadual do Pará.

Na segunda-feira (26), a comitiva chegará a Brasília. Foram solicitadas audiências com o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal; com o ministro do STJ Arnaldo Esteves Lima, responsável pelas ações do caso Dorothy; com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos e com a deputada Iriny Lopes, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

O irmão de Dorothy vem acompanhado do cônsul especial de Washington, Jeffrey T. Hsu, do consultor do caso em Washington Blake Rushforth e do advogado Brent N. Rushforth. A freira norte-americana naturalizada brasileira foi assassinada no dia 12 de fevereiro deste ano em Anapu, no Pará.

A família Stang acompanha a apuração do crime e as ações adotadas pelo governo e pela Justiça em relação ao caso. Em agosto a família enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Logo após a morte de nossa irmã, o senhor prometeu ao mundo enfrentar a impunidade no Pará. Ao mesmo tempo em que nos sentimos reconfortados ao ouvir seu compromisso de castigar os assassinos de nossa irmã e destinar terras aos sem-terra e às áreas de conservação, temos visto muito poucas ações concretas", diz um trecho da carta.