Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente interino da Câmara dos Deputados, José Thomaz Nonô (PFL-BA), reconheceu hoje (22) a necessidade de avaliar a atuação dos seguranças ontem, na sessão de renúncia do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Nonô já pediu à administração da Câmara cópias das fitas com as gravações na galeria do plenário e, após analisá-las, vai decidir que medida tomar.
"Reconheço, sobretudo depois que vi as imagens na tevê e no jornal, que houve excessos por parte da segurança", disse o parlamentar. "Mas sustento a decisão de evacuar a galeria. Tomei a decisão acertada. Na Constituinte, jogavam moeda, pedra, pau e até sapato nos deputados, que retribuíam com bananas (gestos). Era um comportamento mal educado, desrespeitoso de parte a parte. Para preservar o parlamento, tenho que impedir situações dessa natureza."
Durante o discurso de renúncia de Severino Cavalcanti (PP-PE), manifestantes protestaram nas galerias do plenário. Estudantes da Universidade de Brasília levaram faixas contra o pagamento do chamado "mensalão" e gritavam "tem mensalinho, tem mensalão, falta dinheiro para a educação".
Quando a professora Wilma Pessoa, da Universidade Federal Fluminense, gritou "fora Severino", o deputado José Thomaz Nonô determinou que segurança esvaziasse as galeriais. Durante a retirada, os seguranças arrastaram alguns manifestantes. O estudante de Física Guilherme Pamplona, da Universidade de Brasília, seguiu para o Instituto Médico Legal, com suspeita de fratura no braço e escoriações.