Copom aumenta para 7,8% a projeção de inflação dos preços administrados

22/09/2005 - 10h44

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O recente reajuste de 10% nos preços dos produtos derivados de petróleo nas distribuidoras fez com que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reavaliasse sua previsão de aumento para a gasolina ao longo do ano.

Com isso, a projeção anterior para uma inflação anual de 7% no conjunto dos preços administrados ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, educação, saúde, água, saneamento, transporte público e outros) subiu para 7,8%.

Diante da manutenção dos preços internacionais do petróleo em níveis acima de US$ 60 o barril, a Petrobras elevou os preços internos. Com isso, as projeções do BC para o reajuste anual passa de zero para 7,5%, na bomba de gasolina. Em contrapartida, o gás de cozinha terá deflação (inflação negativa) de 1,7% no ano.

De acordo com a ata da última reunião do Copom, na semana passada, os reajustes projetados para as tarifas de telefonia fixa passaram de 6,1% para 6,7%, enquanto as tarifas de energia residencial devem acumular 7,6% no ano, e não mais os 8,2% projetados na reunião de agosto.

Em compensação, a projeção de reajustes dos preços administrados para o ano que vem cai de 5,7% para 5,3%, por causa da queda acentuada dos indicadores de preços no atacado, que vem se verificando há cinco meses, com projeções de baixa também no horizonte de 12 meses.

A ata do Copom diz que, no geral, a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto confirmou as expectativas de continuidade do processo de acomodação da inflação em níveis inferiores aos verificados no primeiro semestre do ano.

Por essa razão, o Copom projetava cenário com possibilidade de inflação abaixo da meta de 5,1%, no caso de a taxa Selic ser mantida em 19,75% e a taxa de câmbio não passar de R$ 2,35. Projeção ligeiramente abaixo da expectativa dos analistas de mercado, que estimam IPCA de 5,21% no ano.