Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio - A diretora-executiva do Ibope/Pesquisa, Márcia Cavallari, disse à Agência Brasil que a comparação das pesquisas CNI/Ibope, que foram realizadas com diferença de três meses, acabou dando uma visão distorcida sobre a aprovação do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo ela, a primeira pesquisa, de junho, foi feita no início da crise política, ocasionada pelas denúncias de corrupção envolvendo membros dos poderes executivo e legislativo. Já a segunda pesquisa CNI/Ibope foi realizada em setembro, com defasagem de três meses.
De acordo com a diretora do instituto, o parâmetro de comparação para medir a aprovação do presidente seria a pesquisa mensal, realizada pelo próprio Ibope. Se comparada com o levantamento de agosto, a pesquisa CNI/Ibope mostra que houve uma estabilização dos índices de aprovação do presidente.
"É preciso estar atento a pesquisas do mesmo instituto que são divulgadas ao longo do período", sugere Márcia. "Também é bom tomar o cuidado de escrever que a situação de junho se referia ao início da crise. A maneira como muitos veículos escreveram parece que a aprovação caiu de uma hora para outra. E não é isso", explicou.
Márcia disse que é possível comparar a pesquisa CNI/Ibope, realizada trimestralmente, e a outra do Ibope, realizada mensalmente, porque são levantamentos que usam a mesma metodologia. "É exatamente a mesma, a forma de perguntar e de se fazer essa avaliação do Lula, a confiança, a aprovação, sobre se o governo é ótimo, bom, regular ou péssimo", afirmou.
Em pesquisa realizada a pedido da CNI divulgada ontem (21), o Ibope revela que 49% dos brasileiros desaprovam o presidente Lula. Três meses atrás esse índice era de apenas 38%. Em agosto, no entanto, esse índice chegou a 47%, o que revela que em setembro se manteve estável. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
Na pesquisa CNI/Ibope de junho, o índice de aprovação do presidente era de 55%. Em agosto, caiu para 45% e se manteve no mesmo número neste mês.