Lupi Martins
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - Cerca de mil remanescentes de quilombos de municípios gaúchos devem participar hoje (17), no Galpão Crioulo do Camping Municipal de São Lourenço do Sul, a 196 quilômetros da capital, do II Encontro Regional de Comunidades Quilombolas.
Segundo a assessoria de comunicação do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultora (Capa),o programa prevê um dia de oficinas e apresentações artístico-culturais. O terma do evento é Resgate, Valorização e Resistência da Cultura nas Comunidades Quilombolas.
A idéia do evento nasceu do trabalho que o centro realiza com comunidades quilombolas no Sul do estado há três anos, para suprir as necessidades de integração e troca de experiências com outros grupos. O primeiro encontro realizou-se em fevereiro de 2004.
O encontro tem o patrocínio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, da Companhia de Geração Térmica e Energia Elétrica, com apoio da Prefeitura Municipal de São Lourenço do Sul e da Fundação Luterana de Diaconia.
Atualmente o Capa trabalha mais de 800 pessoas de sete comunidades quilombolas de São Lourenço do Sul, Pelotas e Canguçu. O trabalho nessas comunidades é feito nas áreas de cidadania, segurança alimentar, geração de renda, saúde comunitária, memória histórica, cultura e etnia.
A criação de dezenas de pequenos quilombos foi uma forma de resistência à escravidão. Hoje os quilombolas constituem uma população numerosa e desassistida, fruto da história da região e do descaso. No sul do estado, eles constituem numerosa população porque, entre 1800 e 1874, a indústria do charque usou a mão-de-obra escrava.
Com informações do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor.