Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), disse que "se o governo está defendendo a seriedade, tem que ficar do meu lado". A afirmação foi dada durante a entrevista coletiva à imprensa que ele convocou hoje (11), quando foi perguntado se contava com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente da Câmara disse que não pretende pedir apoio a Lula no processo de defesa que começou a conduzir, sobre as denúncias que o envolvem com o suposto pagamento de propina para manter o contrato de um restaurante que funciona na Casa. "Espero que Lula faça o que achar conveniente. Não vou fazer nenhum ato para sensibilizá-lo. Ele que cumpra com o papel dele que eu cumpro com o meu", afirmou o parlamentar.
O assunto surgiu quando Severino foi questionado sobre o teor da conversa que teve hoje com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Jaques Wagner. Ele passou toda a manhã fora da residência oficial e, às 11h20, chegou em casa acompanhado do ministro. Pouco depois, na entrevista coletiva que concedeu na Câmara, o parlamentar disse que o ministro queria saber sobre os resultados de sua viagem a Nova Iorque.
A insistência da repórter em saber se a crise política e as denúncias que o envolvem tinham sido objeto da conversa irritou o presidente da Câmara: "Não vou entregar para os advogados da oposição a minha conversa com o ministro", afirmou.
Perguntado se poderia fazer um acordo com a oposição, Severino foi duro: "não sou homem de fazer cambalacho nem de negociar. Não faço corrupção. Isso não existe na minha vida de homem pública", rebateu o deputado.