Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Após a entrevista coletiva à imprensa do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, neste domingo (11), o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA) disse que a oposição vai trabalhar nesta semana para "colocar todos os obstáculos a fim de que ele não presida as sessões da Câmara dos Deputados".
Severino disse que continuará presidindo as sessões da Câmara, apesar da ameaça da oposição de obstruir as votações da Casa se ele insistir em se manter a frente do cargo. "Irei presidir toda e qualquer sessão de votação da Câmara dos Deputados", afirmou Cavalcanti. "Se os líderes não cumprirem com seus deveres, problema deles. Deputado foi eleito para votar, não para obstruir".
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), membro do Conselho de Ética considerou ruim a decisão do presidente da Câmara de não se afastar do cargo para garantir que as investigações sejam conduzidas com imparcialidade. Ele disse que, a partir de agora, "não se tem a menor segurança do que pode acontecer, a partir do momento que quem preside os trabalhos da Câmara também é um dos investigados". No entender do parlamentar, o afastamento de Severino "é ético e moral para a condução das investigações".
Sampaio disse que a estratégia adotada por Severino de partir para o ataque como era "a única que lhe restava". Acrescentou que "ou ele demonstrava convicção sobre o que estava falando ou as denúncias contra ele se mostrariam mais fortes que seus argumentos". Como promotor, Carlos Sampaio considerou que Severino Cavalcanti agiu sob orientação de seus advogados.
O deputado José Carlos Aleluia disse que a entrevista coletiva complicou ainda mais a situação de Severino Cavalcanti. Ele confirmou a intenção da oposição de pedir a cassação do presidente da Câmara no Conselho de Ética na terça-feira (13). "Não tem saída, ele tem que ser processado", disse Aleluia. "Isso é um desrespeito à instituição, ele não tem espírito público, (Severino Cavalcanti) só pensa nele", acrescentou o pefelista.