Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio - O segundo leilão do mercado livre de energia de curto prazo - comprada para a utilização no período de um mês - vai ser antecipado e deve ocorrer entre os dias 27 e 29 de setembro. A data está sendo acertada entre a Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A informação é do vice-presidente da Abraceel, Francisco Lavor.
No primeiro leilão, realizado no último dia 29 de agosto, foram fechados 263 contratos para as regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e sul, em um total de R$ 3,7 milhões. Francisco Lavor espera que na próxima comercialização esse movimento aumente em pelo menos 50%. A expectativa se baseia no fato de que, no primeiro pregão, alguns agentes não conseguiram regularizar dentro da prazo na BM&F a documentação necessária para o leilão. O problema deve ser resolvido agora, já que o segundo pregão só ocorrerá no fim de setembro.
O vice-presidente da Abraceel avalia que a entrada de maior número de vendedores e compradores nos pregões vai favorecer a redução de custos do setor. Embora o mercado livre de energia (as indústrias podem comprar diretamente das geradoras) existisse desde 95, a regulamentação do setor só veio em março do ano passado (2004) com a entrada em vigor do novo modelo do setor elétrico, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para Lavor, o leilão no pregão de viva-voz, no fim de agosto, foi mais um passo para o desenvolvimento do mercado, pois até aquele momento não havia a concentração da oferta e da demanda em um único ambiente de comercialização. Já o diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina), Paulo César Fernandes, lembra que os leilões de curto prazo vinham sendo feitos em ambientes diversos, com regras distintas e em várias datas. "Aí ficava uma coisa meio confusa, já com esse serviço da Bolsa tende a virar um marco do setor", analisou. O diretor da entidade acredita que a comercialização em pregão de viva-voz permite mais segurança e transparência aos negócios. "Todas as coisas boas que a gente espera numa negociação um ambiente desse oferece, ou seja, seriedade e transparência, então, os agentes procuram um ambiente desse para atuar", disse.