Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), já está em sua residência na capital. Severino antecipou o seu retorno dos Estados Unidos para o Brasil e chegou hoje (10) de manhã. Em princípio, a chegada de Severino estava prevista para a manhã do domingo.

Ontem, o assessor jurídico da presidência da Câmara dos Deputados, Marcos Vasconcelos, levou à Polícia Federal diversos documentos com a assinatura de Severino, para serem comparados ao documento – com a suposta assinatura de Severino - que o dono do restaurante Fiorella, Sebastião Buani, divulgou. De acordo com o assessor, os despachos foram pedidos pelo delegado que chefia o inquérito, Sergio Menezes.

O documento apresentado por Buani é uma suposta cópia do contrato que teria sido firmado entre ele e Severino para prorrogar a concessão do restaurante Fiorella na Câmara dos Deputados. Em troca da concessão, Severino teria cobrado, segundo Buani, R$ 40 mil. Porém, mesmo tendo recebido o dinheiro, Buani conta que Severino passou a cobrar R$ 10 mil por mês, para uma concessão de um ano em caráter emergencial.

O documento é o mesmo apresentado pelo gerente administrativo do restaurante, Iseilton Carvalho. De acordo com Buani, o original teria ficado com o próprio Severino.

Vasconcelos disse acreditar que a assinatura de Severino seja falsa e apresentou à imprensa uma versão diferente da sustentada por Buani. Segundo o assessor, Buani "pressionava, levando deputados amigos dele para pedir que a Câmara renegociasse a dívida". Como o parcelamento da dívida foi negado pela Câmara ao empresário, de acordo com Vasconcelos, no dia 1º de setembro, Buani disse ao assessor de Severino, José Carlos Albuquerque, que se não fizesse o que ele pedia, usaria os seus "mecanismos".