Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio - Cerca de 200 produtores do Rio aboliram definitivamente o uso de agrotóxicos nas suas culturas de frutas, verduras e legumes dando ao estado o terceiro lugar entre os maiores produtores de orgânicos no país. O Paraná é o primeiro e São Paulo vem em segundo lugar. Orientados tecnicamente pela Embrapa e pelo Serviço Brasileiro de Apoio ao Micro e Pequeno Empresário do Rio (Sebrae-RJ) para livrar as culturas de pragas somente com o uso de produtos naturais, os produtores vendem as mercadorias em feiras que funcionam sempre aos sábados em vários bairros da cidade.
Foi justamente em uma destas feiras, no bairro da Glória (Zona Sul do Rio), que foi aberta neste sábado a Semana dos Alimentos Orgânicos, promovida pelos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário em parceria com organizações não-governamentais. A proposta é mostrar ao consumidor urbano o que é um produto orgânico e os benefícios para a saúde.
A gerente de desenvolvimento territorial do Sebrae-RJ, Heliana Marinho, admite que os preços dos produtos orgânicos ainda são mais caros se comparados a produtos tratados com agrotóxicos. Mas, segundo ela, a tendência é de equilíbrio, já que a atividade cresce 40% ao ano. "Com o aumento da oferta, a tendência é dos preços caírem já que, conseqüentemente, com o aumento das vendas, os custos para embalagem e transporte também caem", explicou.
Sebastião Antônio de Oliveira tem um sítio em Seropédica, município vizinho ao Rio, e há nove anos cultiva tomate, cenoura, batata-doce e verduras sem o uso de agrotóxicos. Para ele, que sustenta a mulher e quatro filhos com a produção, os orgânicos são mais caros porque a perda com as pragas chega a 50%. "Quem não conhece o produto orgânico acha caro e não compra, mas quem sabe do valor nutritivo não deixa de comprar", acrescentou Sebastião.
A Semana de Alimentos Orgânicos prossegue durante até sexta-feira (16) com a realização de seminários, palestras em escolas e visitas a hortas. O evento será realizado simultaneamente em 18 cidades brasileiras.