Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O assessor jurídico da Câmara dos Deputados, Marcos Vasconcelos, disse que existe uma campanha para derrubar o presidente da Casa, o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), com base em um documento falso. Depois de se reunir hoje (10) com Severino, ele disse à imprensa que "há uma conspiração imensa" contra o presidente da Câmara.
"Estão pegando os 42 anos de vida pública de um homem e jogando na lixeira, por uma questão política, quando se deveria prestar mais atenção em que é Buani", disse o assessor.
Sebastião Augusto Buani é dono do restaurante Fiorella, que fica na Câmara dos Deputados. Ele apresentou à Polícia Federal uma suposta cópia do contrato que teria sido firmado entre ele e Severino para prorrogar a concessão do restaurante. Em troca, Severino teria cobrado, segundo Buani, R$ 40 mil. Porém, mesmo tendo recebido o dinheiro, Buani contou que Severino passou a cobrar R$ 10 mil por mês, para uma concessão de um ano, em caráter emergencial.
Segundo Vasconcelos, o presidente Severino viu pela primeira vez o documento quando apareceu em um fac-símile publicado pela revista Veja. "E ontem tive acesso ao documento na Polícia Federal. E afirmo que é falso", disse. Esse documento, segundo o assessor jurídico da Câmara, é o mesmo que Buani afirma ter recebido. "Não é a assinatura do presidente Severino. Levei mais de 50 assinaturas para checar com aquela, é uma tentativa de imitação. A Veja é que criou essa história, em cima de um papel apócrifo, que foi vendido a ela por Izeílton".
Izeílton Carvalho é ex-gerente do restaurante Fiorella, e afirmou na semana passada, em depoimento na Polícia Federal, que o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, cobrou uma mesada do empresário Sebastião Augusto Buani para prorrogar a concessão de uso do restaurante na Câmara. O empresário confirmou a história depois, em entrevista coletiva à imprensa.
Amanhã, de acordo com Marcos Vasconcelos, Severino Cavalcanti vai conceder uma entrevista coletiva à imprensa ao meio-dia, na Câmara dos Deputados. O motivo será esclarecer "essa campanha sórdida que está sendo movida contra sua pessoa".