Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Diminuir a quantidade de peixe retirada dos lagos pode significar aumento da renda do pescador. É o que ensinou Miraílson de Souza, coordenador do Grupo de Preservação e Desenvolvimento (GPD), em entrevista ao programa Ponto de Encontro, da Rádio Nacional da Amazônia. "Antes uma família pescava dez tambaquis de um quilo e ganhava R$ 70,00. Hoje pega dez tambaquis de cinco quilos e consegue R$ 350,00", contou ele. O antes e depois referem-se ao projeto "Manejo de Lagos da Várzea de Tefé", fruto de uma parceria entre o GPD e o Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea/Ibama).
Com finaciamento de R$ 127 mil, o GPD está incentivando o uso ambientalmente equilibrado (chamado "manejo") de vinte lagos de Tefé, Alvarães e Maraã, na região do Médio Solimões, no Amazonas. São os ribeirinhos que vivem em 16 comunidades (cerca de 350 famílias) que decidem em quais lagos e em quais épocas se pode pescar o tambaqui, além de definirem a quantidade de peixe que pode ser retirada de cada local. A parceria começou em 2003 e terminará em novembro deste ano. "O projeto vai acabar, mas já estamos avisando nas comunidades que o trabalho continua", afirmou Miraílson.
O GPD surgiu na década de 80, a partir do trabalho social da Igreja Católica, com as comunidades eclesiais de base. Ele reúne 800 famílias de 24 comunidades dos três municípios. O objetivo do grupo é justamente preservar os lagos da região, ameaçados pela pesca comercial predatória.
O ProVárzea/Ibama é um subprograma do Programa Piloto de Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), financiado com verba da cooperação internacional e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.