Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília - O combate à desertificação e a promoção do desenvolvimento sustentável estarão em debate de hoje (29) até o próximo dia 31 em São Luís, pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Integração Nacional, em conjunto com representantes de governos, agências de cooperação e financiamento e entidades civis de 33 países.

De acordo com o secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, João Bosco Senra, o encontro vai definir a escolha das ações dos países da América Latina e do Caribe que serão levadas à 7ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Combate à Desertificação (UNCCD, sigla em inglês), que acontecerá em outubro, no Quênia.

"O fato de o Brasil estar sediando esse encontro, atendendo uma solicitação da ONU (Organização das Nações Unidas), mostra a importância que o Brasil tem assumido na região", afirmou o secretário. "A troca de experiências entre países é muito importante".

Segundo Senra, a desertificação atinge cerca de 20% do país e quase 17% da população brasileira vive nessa área. "É a população mais carente do país que mais sofre com a desertificação. O processo de desertificação leva ao êxodo rural, agravando também os problemas das cidades e aprofundando a pobreza e a miséria", alertou.

"Atacar a desertificação também é uma ação de combate à pobreza, e não é à toa que essa convenção é considerada a convenção dos pobres, porque ela trabalha a questão ambiental e também vê a questão social", disse Senra.

De acordo com Ministério do Meio Ambiente, a desertificação já atinge 33% da superfície do planeta. No Brasil, o fenômeno é verificado em 1.482 municípios, principalmente no Nordeste, onde vivem 32 milhões de pessoas. A UNCCD é chamada de Convenção dos Pobres, uma vez que a maioria dos mais de 2,6 bilhões de atingidos está em regiões subdesenvolvidas. As Nações Unidas definiram 2006 como o Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação.