CPI dos Correios começa a semana com nova rotina de trabalhos

29/08/2005 - 12h37

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A CPI dos Correios começa esta semana com nova rotina em seus trabalhos. Os parlamentares tiraram as terças-feiras para ouvir depoimentos em grupos e às quartas-feiras, em plenário. Amanhã (30), na sub-comissão de contratos serão ouvidos o brigadeiro Venâncio Grossi e representante da Skynmaster, que tem contrato com os Correios.

Na sub-comissão de fontes financeiras está marcado o depoimento de Kátia Rabelo, presidente do Banco Rural. "A idéia das sub-comissões é dar mais agilidade e dinâmica nos depoimentos prestados à CPI", disse o sub-relator para fontes financeiras, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).

Na quarta-feira (31), o plenário da comissão ouve representantes da Guaranhuns e da Bônus Banvall. O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) disse que as duas corretoras receberam recursos do empresário Marcos Valério e trabalham com contas no exterior. As corretoras já tiveram a quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancário aprovada pela CPI.

O relatório parcial deverá ficar pronto até amanhã. Nele, deverão constar os nomes de 18 deputados que foram envolvidos no suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares.

Além disso, o sub-relator para fontes financeiras, deputado Gustavo Fruet, disse que esta semana quer analisar empréstimos de Marcos Valério, ter acesso a algumas auditorias e relatórios parciais do Tribunal de Contas da União na área de informática, do correio aéreo nacional e do correio híbrido. Além disso, pretende conversar com a Polícia Federal para ter acesso a dados e investigações realizadas pelo órgão. Segundo ele, será feito também um trabalho de monitoramento junto a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para apresentar os dados de quebra de sigilo.

A CPI espera também para esta tarde uma nova base de dados de informações do Banco do Brasil das empresas de Marcos Valério. O deputado disse que a primeira planilha apresentada aparece um déficit (saldo negativo) nas contas de R$ 190 milhões, e na segunda base de dados apresentada é verificado um superávit (saldo positivo) de R$ 60 milhões.