Diferença salarial também aumentou em muitos países, afirma relatório da ONU

26/08/2005 - 18h34

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado ontem (25), afirma que a diferença salarial entre os trabalhadores capacitados e os que não têm nenhuma formação aumentou em muitos países. Como exemplo, cita a China a Índia, dois países que, apesar de apresentarem crescimento econômico, aumentaram a diferença salarial entre seus trabalhadores.

O caso da China é emblemático: o país reduziu a pobreza em termos absolutos de 634 milhões de pessoas vivendo com menos de US$ 1 por dia em 1981 para 212 milhões em 2001. Mas, ao analisar o setor rural do país, o relatório encontrou um aumento da disparidade entre ricos e pobres. Há dez anos, os 10% da população rural mais rica tinham o dobro da renda da população mais pobres. Hoje, a diferença é de 250%.

De acordo com o relatório, o problema não é exclusivo dos países em desenvolvimento. Como exemplo de países industrializados, o documento afirma que também ocorrem grandes diferenças salariais nos Estados Unidos (EUA), no Reino Unido e no Canadá. No caso dos EUA, 1% dos mais ricos do país detém 17% de toda a renda nacional.

O relatório especifica ainda que a desigualdade de renda também é refletida nos hábitos de consumo. Segundo a ONU, os 20% mais ricos do mundo detêm 74% das linhas telefônicas e consomem 45% de toda a carne e peixe do mundo. Já os 20% com menor renda possuem 1,5% das linhas telefônicas e consomem apenas 5% dos peixes e carnes.