Brasília, 26/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios ouve, na próxima quarta-feira (31), depoimento de representantes da empresa Guaranhuns e da corretora Bonus-Banval. A CPMI investiga a possível utilização da Guaranhuns para o repasse de dinheiro do empresário Marcos Valério de Souza ao presidente do PL, ex-deputado Valdemar Costa Neto. A Bonus-Banval é suspeita de enviar recursos ilegalmente ao exterior no esquema que teria sido montado por Marcos Valério.
Nesta semana, a CPMI votou vários requerimentos de convocação, entre eles o do ex-ministro e atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luis Gushiken, e o do empresário Daniel Dantas. Gushiken vai depor no dia 6 de setembro e Daniel Dantas, no dia 14. O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PMDB-PB), disse que o depoimento de Daniel Dantas deverá ser um dos "potencialmente mais explosivos" na comissão.
De acordo com Suassuna, o empresário tem muito o que falar tanto de atuações neste governo quanto em governos anteriores. A vice-líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), que também está na CPMI dos Correios, considerou prematuro marcar a data do depoimento de Daniel Dantas antes de se quebrarem os sigilos bancário, fiscal e telefônicos das empresas Telemig e Amazônia Celular, já requeridos, das quais Dantas é acionista.
A Telemig é a segunda empresa de maior aporte de recursos das contas do empresário Marcos Valério de Souza, de acordo com os dados que chegaram à CPMI com a quebra do sigilo bancário do empresário. Segundo Ideli Salvatti, a Telemig só perde para os depósitos feitos pelo Banco do Brasil. Já a Amazônia Celular está em quarto lugar, informou a senadora.
Na terça-feira (30), a Subcomissão do Sistema Financeiro da CPMI deve tomar o depoimento da presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo. O Banco Rural foi apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como uma das fontes de pagamento da suposta mesada a deputados
federais.