Rio, 26/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai fechar 2005, quando a conta BNDES-Exim completa 15 anos, com volume de recursos entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5 bilhões destinados ao financiamento de exportações. Segundo o presidente do BNDES, Guido Mantega, há 15 anos, estes recursos não passaram de US$ 32 milhões e, em 2000, chegaram a US$ 3 bilhões. A conta BNDES-Exim é o braço do banco voltado para o financiamento às exportações.
De janeiro a julho deste ano, foram liberados com esta finalidade US$ 2,5 bilhões, contra US$ 1,8 bilhão no mesmo período do ano passado. Em 2004, a liberação total de recursos para financiamento às exportações chegou a US$ 3,8 bilhões.
"Hoje estamos comemorando 15 anos de criação da conta BNDES-Exim financiando basicamente produtos manufaturados, como aviões, plataformas e turbinas para hidroelétricas", disse Mantega. Ele ressaltou que, nesse período, o comércio mundial cresceu muito, em função da globalização da economia. "Houve uma importante expansão do comércio - a globalização implicou a mundialização da produção, com as empresas multinacionais dividindo sua produção. Hoje, é comum, no caso, por exemplo, dos automóveis, que o motor venha a ser fabricado em um país, os pneus e o câmbio em outro e a carroceria, em um terceiro", afirmou.
Mantega destacou o fato de os países economicamente mais bem sucedidos nas relações comerciais internacionais serem exatamente aqueles que entraram firme no comércio internacional. Segundo ele, os principais exemplos são os países asiáticos, "que estabeleceram uma estratégia de crescimento onde o comércio exterior era um ingrediente importante, como a China, a Coréia, a Tailândia e a Indonésia".
Na opinião de Mantega, nos últimos 15 anos, o Brasil ficou para trás, perdeu terreno. Ele explicou que, por causa de políticas econômicas "equivocadas", reduziu-se a participação do país no comércio internacional. De acordo com Mantega, isso ocorreu principalmente no governo anterior, "onde a política econômica era anti-exportação – ela desestimulava as exportações. É o caso do câmbio fixo e de outros fatores que, como vocês todos sabem bem, diminuía a competitividade dos produtos brasileiros".
Para Mantega, porém, a partir de 2002 o Brasil teve um avanço surpreendente em seu comércio exterior. "Este avanço grande foi dado pelas políticas do governo, uma maior agressividade em face às imposições da globalização, traduzido no crescimento expressivo dos financiamentos às exportações". (Nielmar de Oliveira)