Sem-terra fazem manifestação pela reforma agrária no centro do Rio

25/08/2005 - 13h20

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - Famílias de sem-terra ligadas ao Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MLT), criado há três anos, fizeram uma manifestação pelas ruas do centro da cidade em favor da reforma agrária. Aproximadamente 250 pessoas se concentraram em frente à Igreja da Candelária de onde seguiram a pé até a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), localizado na Glória, zona sul.

Eles querem que o superintendente Mário Lúcio Melo agilize o assentamento de 110 famílias do acampamento União, Terra e Trabalho, localizado às margerns da via Dutra, na altura do município fluminense de Queimados. As famílias estão no local há dois anos e querem ser assentadas na Fazenda Ribandá, uma área particular em fase de pré-vistoria.

Outras 50 famílias ocupam desde o ano passado uma parte do Sítio das Antas, localizado no município de Paracambi, na baixada fluminense. A área pertence ao Instituto de Terras do Estado do Rio e foi desapropriada há 20 anos, mas até hoje, segundo o MLT o assentamento não foi regularizado.

De acordo com Heitor Acker, coordenador regional do MLT no Rio, o superintendente do Incra teria dito em conversa com os dirigentes do movimento que a previsão era assentar 800 famílias no estado até o fim deste ano.

Mário Lúcio Melo disse que atualmente existem três mil famílias acampadas no estado aguardando pelos assentamentos e aproximadamente 30 fazendas em processo de desapropriação, mas explicou que a regulamentação exige um prazo legal que não depende do Incra. Ele disse que vai conversar com os sem terra, no início da tarde, mas adiantou que dificilmente as famílias acampadas em Queimados e Paracambi vão ser assentadas ainda este ano.