Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio - O reajuste de 3,39% na conta do telefone fixo foi o principal responsável pela alta de 0,28% na prévia da inflação de agosto, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). É o segundo mês consecutivo que a telefonia fixa causa o maior impacto sobre o índice. Em julho a alta foi de 2,41% e, no ano, o telefone fixo já subiu 6,59%.
Os dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, além do telefone fixo, contribuíram para a alta do IPCA-15 de agosto os reajustes nos preços dos combustíveis e dos salários dos empregados domésticos. O álcool combustível subiu 4,22% por causa das variações das cotações da cana-de-açúcar e a gasolina aumentou 1,14%. O salário dos empregados domésticos aumentou 1,86% ainda como reflexo do aumento do salário mínimo ocorrido em maio (de R$ 260,00 para R$ 300,00).
Por outro lado, os alimentos continuaram ajudando a conter a inflação em agosto. O grupo alimentação e bebidas caiu 0,67%, com destaque para a batata-inglesa (-15,08%), feijão preto (-5,69%), leite pasteurizado (-3,97%) e o óleo de soja (-3,48%). A conta de energia elétrica também ficou mais barata (0,65%) por causa da redução da parcela referente ao encargo de capacidade emergencial, o chamado seguro-apagão.
A taxa mais alta foi registrada em Belém (1,12%) devido aos aumentos nas tarifas de água e esgoto (11,29%), energia elétrica (3,14%) e ônibus urbano (3,48%). A região metropolitana do Rio de Janeiro foi a única a apresentar deflação (-0,15%), por causa da queda nos preços dos alimentos.
Em julho o IPCA-15 ficou em 0,11% e no ano acumula alta de 3,91%. Os preços para o cálculo do índice, que funciona como uma prévia do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), usado como referência para a meta de inflação do governo, foram coletados no período de 13 de julho a 11 de agosto e comparados com os preços vigentes de 14 de junho a 12 de julho nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, além de Goiânia e Brasília. O índice se refere a famílias com rendimento mensal entre um e 40 salários mínimos.