Danielle Coimbra
Da Agência Brasil
Brasília – Além de ações de reforma agrária, é preciso realizar ações na agricultura familiar. É o que diz o pesquisador da Diretoria de Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Guilherme Delgado. Ele participou do debate no Seminário Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.
"É preciso haver política de fomento produtivo, comercial, para trazer esse povo, essa massa, esse conjunto de agricultores para uma economia que produza excedentes e que permita apropriar esses excedentes pelos seus produtores", falou.
Delgado afirmou ainda que o IPEA estuda um projeto para a realização de uma política na qual os trabalhadores e agricultores rurais de subsistência possam vender seus produtos. "Há a necessidade de se dotar o aparelho de política agrícola de condições de comercialização de produção oriunda dos mercados de reforma agrária e agricultura familiar. Sem isso, é muito difícil que essa agricultura se desenvolva e encontre mercados para vender sua produção."
De acordo com o pesquisador, apenas 11% da população economicamente ativa, ou seja, acima de 16 anos, possui carteira de trabalho assinada. Os que não têm o documento trabalham como bóias frias e a grande maioria na chamada economia familiar, que, segundo o pesquisador, está em estágio de economia de sustento e precisa ser desenvolvida pelo governo.