Desemprego fica estável em julho e não segue tendência de queda, mostra IBGE

25/08/2005 - 13h27

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio – Em julho, 9,4% das pessoas dispostas a trabalhar não encontraram emprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país. O número, medido pelo Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é igual ao do mês passado.

Segundo a análise do IBGE, a estabilidade do desemprego quebra a tendência de queda do índice. O coordenador do estudo, Cimar Azeredo, atribuiu o resultado às incertezas do cenário econômico. "Os investidores e empresários estão cautelosos, pois não sabem se a taxa de juros vai subir ou descer e, aí, preferem não fazer novas contratações", afirmou hoje (25), na divulgação do estudo.

Gráfico: IBGE

Azeredo lembrou que somente na construção civil, que é o setor mais dependente de investimentos, a queda nos postos de trabalho em julho chegou a 4,5% em relação ao mês anterior. Na indústria, apesar da estabilidade em relação a junho, foram menos 40 mil postos de trabalho no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador.

"É justamente neste período do ano que a indústria começa a alavancar o processo de produção para ser consumida no final do ano, o que não aconteceu devido às incertezas na economia", enfatizou.

Ainda de acordo com Azeredo, a estabilidade da população ocupada pelo segundo mês consecutivo também é conseqüência da política de juros do Banco Central. Em julho eram 19,8 milhões de pessoas ocupadas.

A pesquisa também mostra que o rendimento médio recebido pelos trabalhadores em julho cresceu 2,5% em relação a junho, a maior taxa desde março de 2002, e 1,6% em relação a julho do ano passado. Segundo Azeredo, esta recuperação está relacionada ao aumento do salário mínimo em maio. Em julho houve estabilidade no emprego formal, com carteira assinada, no emprego informal e também no número de trabalhadores por conta própria.