De janeiro a julho, o governo federal fez ajuste fiscal acima da meta

25/08/2005 - 20h08

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Nos sete meses do ano o superávit do Governo Central foi de aproximadamente 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 3,82% verificado em igual período do ano passado. Esse número significa que o governo arrecadou R$ 5,1 bilhões a mais do que gastou – se não for contabilizado o gasto com juros da dívida.

Segundo os cálculos do governo federal, a Previdência Social foi deficitária em R$ 3,1 bilhões e o Banco Central em 13,8 milhões, mas o Tesouro compensou a arrecadação negativa de ambos com o desempenho de um superávit primário de R$ 8,2 bilhões.

A receita bruta do Governo Central em julho foi de R$ 33.960,3 milhões, contra R$ 33,419,6 milhões em junho. De janeiro a julho deste ano a receita total do Governo Central foi de R$ 275.335,7 milhões contra R$ 236.556,5 milhões no mesmo período de 2004.

"A dívida pública está crescendo moderadamente, e as empresas estão podendo crescer", afirmou o secretário do Tesouro Joaquim Levy, em entrevista coletiva hoje (25) para divulgar o levantamento. Levy informou que o crédito livre para pessoas físicas cresceu 50% nos últimos 18 meses e para empresas quase 100%, resultado histórico desde 1981. Também tem aumentado o crédito para automóveis e o crédito consignado. Ele atribui isso "ao acerto da política monetária desenvolvida pelo Banco Central e pelo bom funcionamento dos outros setores da economia".

O governo gastou este ano, até o mês de julho R$ 1,3 bilhão com subsídios e subvenções ao setor agrícola, com crescimento de 61,9% em relação aos sete primeiros meses de 2004. Grande parte das despesas foram feitas para a política de Aquisições do Governo Federal (AGF) e sustentação de preços, que somaram R$ 475,7 milhões, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Tesouro Nacional.