BC estima preços administrados acima das expectativas dos analistas de mercado

25/08/2005 - 12h26

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central está menos otimista que os analistas de mercado no que diz respeito ao comportamento de preços administrados por contrato ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, saúde, educação, água, saneamento, transporte público e outros). No mês passado, esses itens tiveram peso de 29,6% na composição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 0,25%.

De acordo com a ata da reunião do Copom da semana passada, distribuída hoje pelo BC, a projeção anual para os reajustes acumulados das tarifas de telefonia fixa caiu de 6,5%, em julho, para 6,1%, enquanto a expectativa para as tarifas de energia elétrica foi mantida em 8,2%. Não há perspectiva para reajustes dos preços de gasolina e gás de cozinha, apesar da elevada cotação internacional do petróleo.

Com base nesse cenário, a ata do Copom manteve a projeção de 7% para a variação dos preços administrados neste ano e de 5,7% para o ano que vem. Acima, portanto, das perspectivas apontadas pela pesquisa Focus, realizada pelo BC com uma centena de analistas de mercado e instituições financeiras na última sexta-feira, que indica projeções de 6,80% em 2005 e 5% em 2006.

Apesar do pouco otimismo em relação aos preços administrados, a ata do Copom manifesta confiança quanto à existência de um "cenário benigno" para a evolução geral da inflação, em razão da continuidade do processo de arrefecimento dos preços, que já dura três meses, na comercialização de alimentos agrícolas e industriais. Tanto, que o IPCA acumulado de janeiro a julho ficou em 3,42%, o que aumenta a possibilidade de convergência para a meta oficial de 5,1% para a inflação anual.