Palocci nega que tenha formado "república de amigos" no Ministério da Fazenda

21/08/2005 - 15h49

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A composição da equipe do Ministério da Fazenda, segundo o ministro Antonio Palocci, foi feita a partir de "critérios técnicos". Em entrevista coletiva para rebater denúncias de corrupção, Palocci negou que tenha formado uma "república de amigos" na pasta. "Dizer que a montagem do Ministério da Fazenda seria a inspiração de uma ‘república de amigos’ não é uma coisa que acredito ou encontre respaldo na realidade. Muito menos ‘república de Ribeirão Preto’, com todo o amor que eu tenho pela cidade", disse o ministro.

Palocci explicou que foi responsável direto apenas pela nomeação dos secretários e diretores das instituições ligadas ao ministério. Dos oito cargos que tiveram influência dele para a nomeação, inclusive a do presidente do Banco Central, Palocci disse que tinha relação pessoal anterior apenas com o secretário executivo, Bernard Appi. "Os demais eu conheci ou na transição de governo ou depois do início dos primeiros dias de governo quando os convidei para fazer parte da equipe", afirmou. "Esse ministério não é uma república de amigos", ressaltou.

O ministro disse ainda que quatro assessores pessoais trabalham na equipe. "São pessoas da minha confiança, são pessoas que eu respeito e são pessoas que não participam dos processos fundamentais de decisão do ministério", afirmou Palocci. Entre esses assessores está o chefe de gabinete, Juscelino Dourado, citado nas conversas do advogado Rogério Buratti. O advogado, ex-secretário de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto, é acusado de participar de esquema de irregularidades em licitações de empresas de saneamento.