TV deve informar cidadão sobre procedência do programa veiculado, diz Jorge Cunha Lima

08/08/2005 - 19h32

Bianca Paiva
da Agência Brasil

Brasília – As emissoras de TV devem indicar aos cidadãos qual a natureza e o grau de conveniência dos programas veiculados do ponto de vista da faixa etária. A opinião é do presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec), Jorge Cunha Lima. "Praticamente todas as instituições concordaram que há necessidade de uma classificação indicativa, que tenha bastante publicidade que seja didática e pedagógica, e que o cidadão receba o máximo de informações sobre o conteúdo, a natureza e a conveniência daquele programa", afirmou.

De acordo como o presidente da Abepec – que participou do grupo de trabalho formado por representantes do Executivo, Legislativo, Judiciário, emissoras de TV e sociedade civil para discutir propostas de classificação indicativa na televisão –, a associação levou ao debate a experiência que possui no tratamento com o público infantil. "Nós sabemos perfeitamente qual é a presença da criança na televisão brasileira, as preferências e a inconveniência pelos estudos que nós temos. Não condiz com a capacidade de crítica de assimilação de a criança assistir a qualquer programa a qualquer hora do dia e da noite", explicou.

Jorge Lima conta que no início das 120 reuniões realizadas pelo grupo "as posições eram muito radicais, as diferenças entre a TV comercial e algumas instituições da sociedade civil e a própria tv pública". No final, ele informa que o debate caminhou mais para as aproximações do que para os distanciamentos. "Nós estamos agora utilizando esses campos para tomar resoluções que sejam de consenso", disse.

Outra questão importante para ele é a definição do formato dessa nova regulamentação. "Como vai aparecer no ar essa indicação? Vai ser uma tela inteira? Nós temos que criar uma simbologia capaz de fazer com que todas as televisões usem a mesma simbologia e dêem uma informação comum ao público, sem que cada um invente a sua própria comunicação", ponderou.

O presidente da Abepec destaca que a proposta de classificação indicativa não vai proibir nenhum tipo de programação, mas vai indicar os horários nos quais ela poderá ser veiculada. "Não há controle de conteúdo. Apenas nós vamos dizer que aquele conteúdo X é adequado ou não para um público infantil, adolescente ou adulto."